Atualmente os cientistas encontram-se perante a dicotomia entre radiação UV benéfica e prejudicial.
A radiação UVA penetra profundamente na pele, onde pode originar radicais livres, e estes, por sua vez, alterações ao nível do DNA associadas a cancro de pele. A radiação que, por seu lado, é responsável pelo escaldão é a UVB, a qual provoca alterações ao nível do DNA e é a causa de diversos tipos de tumor cutâneo.
Menos grave, mas igualmente preocupante, é o facto de que quer a radiação UVA como a UVB provocam destruição das fibras de colagénio ao nível da sua pele e depleção da vitamina A, acelerando o seu envelhecimento, podendo ainda causar cataratas, quando em excesso. Ainda que bastante prevalentes, estas doenças têm um baixo impacto naquele que é o índice da OMS que mede o quanto a esperança média de vida de um indivíduo é afetada pela doença, contando apenas para 0,1% do flagelo global.
Isto deve-se ao facto de haver um desfasamento entre a exposição à radiação e o aparecimento do problema de saúde; à necessidade de exposições repetidas para que tal aconteça; à prevalência na população mais idosa; e à benignidade dos problemas de saúde, com exceção do melanoma maligno.
O benefício mais famoso da luz solar é a sua capacidade de incrementar as nossas reservas de vitamina D. Cerca de 1000 genes diferentes presentes praticamente em todo o corpo são influenciados pela vitamina D, incluindo os envolvidos no metabolismo do cálcio e no funcionamento do sistema imunitário e neuromuscular. É sabido que a deficiência de vitamina D provoca o raquitismo infantil, assim como exacerba a osteoporose masculina e feminina, causando osteomalacia.
Apesar de os fotótipos de pele mais clara necessitarem cerca de 6 vezes menos exposição solar para que se produza uma quantidade equivalente de vitamina D, mais a norte do planeta os dias são mais curtos e a radiação UVB requerida é insuficiente, o que é agravado pelo facto de, com as temperaturas mais baixas, se recorrer a mais agasalhos, limitando ainda mais a exposição solar. Aqui o consumo de produtos ricos em vitamina D, como o peixe gordo assume extrema importância.
Níveis elevados de vitamina D reduzem ainda o risco de sofrer de sintomas de tuberculose em cerca de 32%. No ocidente, a fototerapia emergiu como um tratamento popular, não só da tuberculose, mas também de doenças reumáticas, diabetes, gota, úlceras crónicas e feridas; é o chamado culto do bronzeado saudável. Há ainda evidência de que níveis elevados de vitamina D, quer derivados da exposição solar, quer da ingestão de alimentos ricos, diminui o risco de desenvolver esclerose múltipla.
É alvo de concordância o facto de que a vitamina D é muito bem tolerada, mesmo em níveis elevados, de forma que a suplementação ou a exposição solar moderada são mais provavelmente benéficas do que prejudiciais. Está a estudar-se o benefício da exposição solar moderada como medida preventiva, assim como a suplementação em populações de maior risco, como as grávidas ou mães a amamentar, crianças amamentadas por mulheres com baixas reservas de vitamina D na gravidez, os idosos, que têm um défice de capacidade de produção de vitamina D, e em indivíduos que têm de moderar a sua exposição ao sol.
Aproximadamente 1 bilião de pessoas, a nível mundial, tem deficiência de vitamina D, sobretudo representado pelos idosos nos países dos EUA e Europa.
Outro motivo de investigação é a dosagem na qual a vitamina D ou a exposição solar moderada permitem diminuir o risco de diabetes tipo I, assim como, se é algo aplicável apenas a grupos de risco ou não. Há já evidência de uma associação de síndrome metabólico, com maior risco de desenvolver diabetes tipo II e doença cardiovascular, a níveis mais baixos de vitamina D. A exposição solar e níveis mais elevados de vitamina D conferem ainda provavelmente proteção contra doenças como a artrite reumatóide, asma e doenças infeciosas.
Neste contexto, surge a preocupação de que, à sombra da prevenção dos cancros de pele, se estejam a potenciar cancros mais mortais, como o dos pulmões, cólon e da mama, cujo número de mortes associadas é menor na zona do equador. Níveis ótimos de vitamina D poderiam mesmo ser o segundo objetivo mais importante a atingir para diminuir a incidência de cancro na América do Norte e da Europa, logo a seguir à cessação tabágica!
A recomendação atual é de suplementação diária de 4000 UI de vitamina D3 ou 2000 UI conjuntamente com 12 a 15 minutos de exposição solar (ao meio-dia). Note-se que esta segunda opção só não é aplicável a indivíduos extremamente sensíveis à luz solar ou sob terapêutica fotossensibilizante.
Quanto a exposição solar excessiva, é necessário alertar para o facto de que não há uma resposta certa para todos os indivíduos; há sim casos de exposição excessiva para determinados fotótipos de pele. Deve optar-se por exposições breves e repetidas, evitando os longos períodos sob a radiação solar.
À parte dos processos que envolvem a vitamina D, a luz solar intervém ainda em mecanismos que parecem associados à prevenção de doenças auto-imunes e redução do risco de melanoma, e de forma a permitir tratar doenças cutâneas como a psoríase.
Tendo em conta os benefícios e os malefícios do sol poderemos concluir que a exposição é benéfica desde que a exposição seja responsável e consciente.
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