O contacto pele com pele que se estabelece desde o primeiro momento em que o bebé nasce é fundamental para o sucesso da amamentação e para a relação entre a mãe e o recém-nascido. A amamentação deverá começar pouco tempo depois do nascimento do bebé que é colocado ao colo da mãe ainda na sala de parto, de modo a estimular a procura da mama e a amamentação o mais precocemente possível.
O leite materno contém tudo o que o bebé precisa até ao seu sexto mês de vida. Quando este é alimentado apenas com leite materno, não precisa de consumir água ou outras bebidas, uma vez que este já contém a água essencial para o bebé. Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até ao segundo ano de vida da criança ou mais.
A primeira semana de amamentação é diferente de todas as outras e o seu primeiro leite, chamado colostro, é o alimento perfeito para alimentar e proteger o recém-nascido. É altamente concentrado em proteínas e nutrientes, possui um baixo teor de gordura, por isso é fácil de digerir, tem um papel crucial no desenvolvimento do sistema imunitário do bebé (protege das infeções), elimina o mecónio ajudando a prevenir a icterícia, e auxilia ainda no desenvolvimento intestinal.
Benefícios da amamentação para a mãe:
- Promove involução uterina precoce (processo que leva à recuperação do tamanho normal do útero) e recuperação do peso;
- Promove o vínculo mãe-bebé e reforça a autoestima da mulher;
- Reduz o risco de cancro da mama e do ovário e a incidência de diabetes e osteoporose.
Nos primeiros dias de vida o bebé acorda ou dá sinal que pretende mamar com uma regularidade variável, até adotar o seu padrão de alimentação. A mãe deve procurar identificar expressões do seu bebé que indiquem o interesse pela amamentação, nomeadamente, expressões de olhar, a boca aberta, movimentos da língua e das mãos, entre outros. É preferível iniciar a amamentação antes do bebé começar a indicar com choro que pretende mamar.
Algumas mães sofrem de ingurgitamento mamário quando o leite começa a "descer", poucos dias depois do parto. Normalmente, é temporário e fácil de tratar.
Os problemas mamários mais comuns durante a amamentação natural incluem:
- Mamilos dolorosos e/ou com fissuras: a causa mais comum destes problemas é uma má adaptação do bebé à mama, nomeadamente, quando o bebé mama apenas no mamilo e não no mamilo e aréola;
- Ingurgitamento mamário: é a designação que se aplica às mamas endurecidas, muito aumentadas, vermelhas e quentes. Acontece, normalmente, entre o 2º ou 3º dia após o parto, com a subida do leite;
- Bloqueio dos ductos mamários: os ductos mamários são os canais de drenagem do leite. Por vezes, ocorre o seu bloqueio durante a subida do leite, formando-se um nódulo que impede a passagem do leite, acompanhado de dor e vermelhidão localizadas;
- Mastites: são uma infeção mamária, caraterizada por um aumento da tensão mamária, vermelhidão e calor ao toque.
Posto isto, numa situação em que o aleitamento materno não esteja a evoluir da melhor forma, é importante realizar um diagnóstico. Procure uma rede de apoio, converse com o seu obstetra e/ou farmacêutico: juntos poderão estabelecer caminhos para o sucesso do aleitamento materno.